Pular para o conteúdo principal

SOCIOLOGIA SEGUNDO ANO. ETAPA 2






Definición de Demagogia - Qué es y Concepto


Componente Curricular: SOCIOLOGIA -SEGUNDO Ano.
2a série
Professor: Paulo Vinícius N. Coelho
E-mail professor: paulo-vcoelho@educar.rs.gov.br

Turno:
Etapa: 2


ATIVIDADE: Leia o texto em anexo e faça um breve resumo dos pontos principais,
explicando a definição de “Demagogia”, citando exemplos da política na história do
Brasil ou em outros países.
( Envie a tarefa para o e-mail do professor até a data
determinada pela escola, em anexo nos formatos PDF ou “.doc” Word ou “.docx”
Libre Office).

 

TEXTO ANEXO PARA LEITURA DO ESTUDANTE. (Retirado do “Dicionário de Política” de N.
Bobbio; N. Matteuci e G. Pasquino. Editora UNB).
SOCIOLOGIA, SEGUNDO ANO. CILON ROSA. PROF. Paulo Vinícius.


Demagogia.

 
A Demagogia não é propriamente uma forma de Governo e não constitui um regime político, é, porém, uma praxe política que se apoia na base das massas, secundando e estimulando suas aspirações irracionais e elementares, desviando-a da sua real e consciente participação ativa na vida política. Este processo desenvolve-se mediante fáceis promessas impossíveis de ser mantidas, que
tendem a indicar como os interesses corporativos da massa popular ou da parte mais forte e preponderante dela coincidem fora de toda lógica de bom Governo, com os da comunidade nacional, tomada em seu conjunto. Assim, era chamado demagogo (de dhmoz , povo e agw , guia), na antiga Grécia, aquele que, sendo homem de Estado ou hábil orador, sabia conduzir o povo.
É com Aristóteles que o termo adquire um significado negativo em teoria política.
A ação demagógica pode desenvolver-se de duas maneiras, mesmo considerando bastante árduo distinguir de modo claro e preciso os momentos quase sempre concomitantes das duas ações. Um tipo de ação é o utilizado por alguém que, explorando particulares situações histórico-políticas, dirigindo-as para os próprios fins, incita e guia as massas populares, subjugando-as graças a particulares capacidades oratórias e psicológicas, freqüentemente instintivas, que lhe permitem interpretar os humores e as exigências mais imediatas, juntando a essas qualidades dotes carismáticos incomuns. No desenvolvimento deste tipo de política não se levam em consideração, a não ser numa forma extremamente superficial e grosseira, os reais interesses do país e os resultados finais a que pode levar no tempo a ação demagógica, dirigida antes de tudo para a conquista e
manutenção de um poder pessoal ou de um grupo.
Com o termo Demagogia, podemos também nos referir a uma situação política correspondente àquela descrita, mas na qual dominam as massas, que agitam a praça pública e que se impõem sobre o legítimo poder constituído e sobre a lei, fazendo valer suas próprias solicitações imediatas e incontroláveis. Neste caso, Polibio fala mais propriamente de oclocracia (Historiae, VI, 3,5-12; 4,1-
11).
Na história das doutrinas políticas se faz necessário remontar a Aristóteles, que primeiro individualizou e definiu a Demagogia indicando-a como aquela prática corrupta ou degenerada da politeia, pela qual se chega a instituir um governo despótico das classes inferiores ou de muitos que governam em nome da multidão (Política, IV, 5, 1292, a). Quando, porém, nos Governos populares a lei está subordinada ao arbítrio de muitos, surgem os demagogos, que abrandando e adulando as massas, exasperando seus sentimentos destruidores, distraindo-as do seu compromisso político, acabam indicando os opositores do regime despótico instaurado como inimigos do povo e da pátria. Conseguem assim consolidar o próprio poder com a eliminação de toda e qualquer oposição.
Aristóteles define, portanto, o demagogo como um "adulador do povo" (Política, V, 11, 1313 b).
A Demagogia, segundo Platão (Rep., 562-64) e Aristóteles (Pol. 1304 b-;305 a), pode determinar, como crise da democracia extrema, duas diferentes situações políticas que levam sempre à instauração de um regime autoritário oligárquico ou tirânico. O primeiro surge de uma exasperação do clima anárquico ao qual os demagogos levaram o Estado, provocando uma reação das pessoas influentes que então derrubam a maioria, quase sempre com apoio militar e, muitas vezes, com
apoio externo, instaurando um Governo forte. O segundo nasce, e é caso bem mais freqüente, como última e lógica conseqüência da prática demagógica, eliminando toda a oposição. Nestas condições, os demagogos arrogam-se o direito de interpretar os interesses das massas, chamando a si todo o poder e a representação das massas, instaurando uma tirania ou ditadura pessoal. 

O fenômeno da Demagogia acentuou-se particularmente no nosso século com o advento e o desenvolvimento da sociedade industrial e com o conseqüente aparecimento na cena política do papel determinante das massas e a crise das democracias liberais.A era tecnológica, tendendo à massificação do homem e à sua transformação em máquina, fez com que este tendesse facilmente a desorientar-se e a perder a própria individualidade. O homem sente-
se de tal maneira isolado que é levado a buscar refúgio contra a própria angústia e insegurança que o aflige. Passa então a adequar seu comportamento social e político ao da massa. Trata-se, na realidade, de um círculo fechado, do qual dificilmente ele pode sair porque, tanto externa como internamente, existem no indivíduo certos condicionamentos que  objetivamente impedem qualquer outra escolha. Diante deste quadro, a instrumentalização das massas, graças às novas técnicas de persuasão e de manipulação das consciências, torna tudo fácil. Assim sendo, através de ligações que, por merecimento sobretudo da psicologia contemporânea se realizaram entre psicanálise e comportamento político, o termo Demagogia carregou-se de novos significados e enriqueceu-se de novas conotações. Assim, veio à luz a existência de relações sadomasoquistas que presidiriam a ligação entre demagogo e massa, ligações que tenderiam a ajudar o homem-massa a fugir da solidão, da impotência, da alienação e da apatia política, às quais está sujeito na sociedade industrial contemporânea. O caráter autoritário, mesmo não explícito, que como fundo vincula ambos, solidifica esta correlação, tanto que, da parte da massa, verifica- se uma real identificação com o líder em momentos de exaltação individual e coletiva e, conseqüentemente, uma exagerada aceitação e submissão. Os fenômenos de fanática exaltação em relação aos campeões do esporte ou aos personagens do mundo do espetáculo, mesmo se nos levam até à área da identificação com o sucesso do astro, provocam mecanismos substancialmente parecidos aos que presidem a relação líder-massa.
Hoje é possível falar de Demagogia moderna em contraposição à demagogia clássica, não somente como possível momento detonador de um processo revolucionário e, portanto, como elemento constitutivo de uma fase pré-revolucionária, mas também como comportamento de um líder político
que não precisa de levar necessariamente as massas até a revolução, mas consegue sujeitá-las aos próprios fins pessoais até levar a cabo, depois de obter seu largo consenso, não mais um processo de democratização ou de subversão do sistema sociopolítico, mas a instauração de um regime autoritário, do qual o demagogo é o incontestável e despótico chefe (Führer). Ele pode também
chegar a um acordo com as autoridades e as instituições existentes, sempre que estas reconheçam nele uma função carismática insubstituível. Assim sendo, os mecanismos repressivos acentuam, no lugar de diminuir, as características autoritárias do Governo e da sociedade, impedindo a tomada de consciência libertadora da massa popular.


BIBLIOGRAFIA . — G. F ASSÒ , La democrazia in Grecia (1959), Il Mulino, Bologna 1967 1 .
[GIAMPAOLO ZUCCHINI]

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SOCIOLOGIA. PRIMEIRO ANO. ETAPA 2.

  Componente Curricular: SOCIOLOGIA. PRIMEIRO ANO.   Professor: Paulo Vinícius N. Coelho E-mail professor: paulo-vcoelho@educar.rs.gov.br   Etapa: 2 ATIVIDADE: Leia o texto abaixo (em anexo) e apresente um resumo sobre as formas de governo apresentadas, destacando uma delas para explicar com mais atenção. (Envie a tarefa para o e-mail do professor até a data determinada pela escola, em anexo nos formatos PDF ou “.doc” Word ou “.docx” Libre Office). Será avaliada sua capacidade de argumentação e coerência no texto. FORMAS DE GOVERNO (G.): Uma das mais antigas doutrinas políticas, talvez a mais antiga, é a distinção das três formas de Governo (de um só, de poucos, de todos), enunciadas por Heródoto por meio da discussão de sete personagens persas, mas na realidade expondo noções populares de sabedoria grega. Heródoto pergunta: "Como poderia ser um G. bem instituído o domínio de um só homem, se ele pode fazer o que quer sem dar satisfação a ninguém? O monarca tende

Sentido.

Sentido. (Poema e letra para música. Por Paulo Vinícius) Sol de sangue, encoberto pelas cinzas de milhões de almas perdidas. Tu respiras o que um dia foi um ser, cujo sentido era só viver. Uma aposta perdida. Uma viagem rumo ao nada. Nada! Uma aposta perdida. Uma viagem rumo ao nada. Nada! O tempo não para. Nada irá voltar. O que acontece agora, nunca irá acabar! Lua vermelha na noite, onde respiras, as cinzas. Cinzas! Lua vermelha na noite, onde respiras, as cinzas de milhões de almas perdidas. Mais um dia se foi, no teu coração, sem arma. Mantendo a ilusão, bela esperança vã  de prosseguir na estrada… Não importa se és rei,  covarde  ou santo cão, tudo virará poeira neste chão! Não importa se és rei, covarde ou santo cão, tudo virará poeira neste chão! Sol de sangue, encoberto pelas cinzas, de milhões de almas perdidas… Tu respiras o que um dia foi um ser,  cujo sentido era sobreviver! (Paulo Vinícius)

LOGOS X MITO

Logos e Mito (por Prof. Paulo Vinícius) -Duas palavras de origem grega usadas para caracterizar dois tipos diferentes de discursos sobre a realidade ou duas visões diversas de mundo. Podem ser traduzidas como discurso/palavra, porém, cada uma se refere a um tipo de discurso com características peculiares. *Discurso: modo de expressar um pensamento ou visão de mundo, através da linguagem oral,visual, gestual ou escrita e que pode ser diferente de acordo com a intenção a qual carrega, conteúdo ou forma de expressão usada... Logos: Palavra criada pelo filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso (535 a.C. - 475 a.C) , para designar a “Razão universal que governa o mundo” ou a lei dialética que mantém o movimento da natureza. Dialética, para Heráclito, era a relação de embate entre opostos: tudo e nada; guerra x paz; alegria x tristeza ; vida x morte.... Para Heráclito o universo/natureza estava em constante movimento (panta rhei: tudo flui), esse movimento era mantido pelo Logos. Pa